Um grande viva aos neuróticos!

Tenho uma forte suspeita de que eles tornam o mundo um lugar mais engraçado. Ainda que para eles as paredes fundamentais da criação estejam sempre a um passo de ruir, esse excesso de zelo pelos pilares do Universo – que obviamente são sustentados pela posição correta das escovas de dente (sempre viradas para o lado oposto da parede), pelo fato da fatia de queijo cobrir toda a fatia de pão, e sem dobrar; além de outros detalhes importantes como não esquecer de checar se a porta da rua está trancada (três vezes) antes de dormir – traz uma sensação de estabilidade indispensável, sem falar da sua auto-crítica hilariante na manutenção do seu modo de vida, descabelante... (Rimar é ruim, já vi, mas dessa vez vou fingir que não percebi...)

Escrevo isso para tentar tratar um mau-humor incontrolável que surgiu hoje de tarde. Demorei para identificar o que estava se tornando tão insuportável sem explicação. Pois descobri! Como um bom membro da tropa dos Neuroticus Tensus Extremis, estava injuriado com alguma coisa, me me faltava o foco. Precisava escrever, mas não encontra o objeto relevante sobre o qual divagar... Consegui, como podem ver...

Ainda bem, agora posso me concentrar com assuntos muito mais importantes: a posição invertidas dos vidros do quarto, a alça torta do ventilador, os CDs de música na prateleira de cima, quando deveriam estar na de baixo; a minha toalha pendurada na alça errada do banheiro, as caixas-de-som do computador, que não estão afastadas 1,5 metro para o efeito estéreo correto; a lingüeta de alguma roupa, que está para fora do armário; as rodas das minhas miniaturas automobilísticas; que não se encontram viradas para o mesmo lado; os livros colocados de cabeça para baixo na prateleira; os travesseiros, que não estão no centro da cama...